domingo, 23 de agosto de 2009




ERG.
Mostra a cara.
Aqui estou surpreso, reverso, ao inverso, no avesso.
As coisas passando como num turbilhão e vou à Bahia, a NY e São Paulo na mesma semana. Em sono, com fogo, imerso.

ERG.
fala com ERG.

Tá chateado com algo?

Eu não...

E você?
Algo.
O que foi?
Uma faina danada.

Muito cansado?

Não.

O que foi então?

Saudades, faina excessiva, pouco tempo, muita saudades.

Ahhh, então algo fácil de se resolver.

Pois é.

Abraços e beijos nos amigos e saudades terminadas.

Delícia.

Delícia.



ERG. entrega tudo


Com cara de assobio, assombro e travesseiro, ou trabesseiro?
Bom, com cara minha de cada dia, numa hipótese e fazemos uma retomada de nossos trabalhos artísticos, nossos desejos secretos e nossa incessante vontade de não parar. Continuar a polir o carvão como se fôssemos os únicos capazes de lustrar tanto escuro. E lustramos, mas não somos os únicos, muitos, e ainda bem, também fazem o mesmo e vamos por ai fazendo das pessoas assim :
... carcará, pega mata e come, carcará vai morrer de fome, carcará ... lá no sertão, é um bicho que avoa que nem avião, é um pássaro malvado, tem o bico volteado, que nem gavião, carcará quando vê roça queimada, sai voando cantando carcará ...


Se quiser ver foi em 1966 :
http://www.youtube.com/watch?v=USpNXyKXa18

sexta-feira, 10 de abril de 2009

t r ê s

Se preferir ouça SOKO que está no blog para você...
O três (3) é o número natural que segue o dois e precede o quatro.
Parece o óbvio e monótona esta informação mas deixa-me em repouso nestes dias em que eu estava no dois, agora deliciosamente no três e possivelmente no quatro daqui uns instantes. A vida corre pra mim, não anda.

O 3 é o segundo número primo e o primeiro número primo ímpar. Esta também é uma questão que me deixou perplexo, pra nós não matemáticos, deve parecer insignificante uma situação de imensa complexidade e virtuosismo, para a matemática esta composição de 2º primo e 1º primo ímpar é capaz de reverter o caos e aniquilar o vazio. Não sei se é possível mas logo saberemos.... a vida corre e escorre.

O número 3 tem uma grande importância simbólica de união e equilíbrio, aparecendo na Santíssima Trindade, nos três poderes (jurídico, executivo, legislativo), em "Os três mosqueteiros", sendo recorrente sua presença na literatura e nas artes. “Os três mosquitos vazios”, “A terça parte daquilo que se dividiu”, “Eu e estes dois”, “Corpo em três”. Na vida – infância, juventude e velhice. e que Benjamin Button fique com seu curioso. E ela corre, escorre e escorre.

Três também é um número chave da democracia, pois é a quantidade mínima de pessoas necessárias para que se consiga tomar uma decisão em grupo.

Também é conhecido sexualmente em Ménage à trois. Uma surpreendente experiência de desdobramento no outro, de deslocamento de sensações, de desprendimento ou nenhuma destas coisas. Nenhuma. E a vida corre, encolhe.

O três também é usado como pedida de socorro. Para pedir socorro no deserto ou em alguma outra região, basta fazer três fogueiras, porque três é um código mundial. Ou três desejos, três dedos de altura, três cantos de louvor, três suspiros de amor, três pulos para achar algo, três batidas na madeira, três pensamentos maus, três sufocamentos, e a vida corre, entorne.
e perceba o um, o dois e logo o três...

t r ê s - este é o um

daqui estou na vida que corre a três. que me olha, que me entende e se assim não o for, sem problemas

porque observa, olha com olhar de sono, delicioso e com carinho.






e quando juntos, bem perto, sobram línguas e uma irresistível vontade de tirar a pele como Diane Arbus








e se tiro, fico imponente, firme, e surpreendentemente verdadeiro. e o faço. escalpo, em couro e cabelo







só pra ficar assim... como se o mundo pudesse acabar e não houvesse problemas, não houvesse medo ou dúvidas, e há, como se a confiança tomasse conta do corpo, dos pêlos, da pele, dos sonhos. fico protegido...

t r ê s - este é o dois


de boca aberta, realizar-se-ia o suspiro, mas acabamos na dicotomia e a vida esbarra, encalha, atola
e brigamos com unhas, dentes e pêlos



tudo fica confuso e resolvemos uma destas datas – a páscoa – quase como uma ilha – a de páscoa – conviver com coelhos e pêlos e a vida corre de novo

não será possível SEM QUE
a lenhosa e alaranjada raiz
faça da gente mais coelho
do que qualquer outra coisa,
afinal estamos na ilha - a de páscoa –
como os gregos e romanos,

eu acho


e como num passo de mágica, um feitiço mesmo, deixamos nossos pêlos e anseios com Pierre Boulle, bananas e pêlos



a degustação ultrapassa a expectativa primeira
chega com luz e densidade, passa pelas mãos, entre os dedos, pelo desejo, pela insuportável vontade de ter e experimentar
e a vida corre mais e mais rápido





ficamos lambuzados de tudo

t r ê s - este é o três


um breve descanso














pra ver este enorme ser, que na vida corre, foge e te olha, ainda




entendo o que quero ver, olhar, a vida pára, e dentro, lá de dentro nasce e corre
com vontade de estar dentro, por dentro



















de repente
eu não vejo nada







ele fecha os olhos
eu me desligo,
a vida em transe,
adoecida,
bêbeda,
absinto, anis e funcho






eu fecho os olhos e a vida voa.
para abri-los será necessário ter o que ver...
enquanto isto abra os teus.









domingo, 8 de março de 2009

O Vento

Quero falar do vento contido em cada um de nós, do vento de dentro, o que nos contém, o que leva e o que traz, o vento inventado, o vento nas pessoas, o vento do pastel e o vento das idéias øπ¨∆˙¥¥πø...









vento nas coisas que por algum motivo não tem movimento, insistem em paralizar-se e mover-se as vezes por isto.






nas orelhas, no fucinho, nos sonhos e desejos








vento de ficher, de alan more, de 1940, de capas, de switers, eletricidade e mais vento ™






só vento






vento imperfeito, irregular, tomado de indelicadeza e fabuloso.





vento por todos os lados, sou vento de todos os lados











vento

que vento,
nas cochas
assadas imagino
por tantos parabéns à você
de tantas possibilidades
de tanto glamour
uma ventania na verdade







vento solitário










vento, e vento mesmo, com você, sem você, até quando meu corpo não suportar mais






vento contido, apegado eu acho...






Quando se vê o invisível

o vento toca

entorta

conforta

e venta











o da bagunça, da desordem e de tudo aquilo que você puder ver, veja...






o vento que vem de traz, lá do fundo e por traz, que delícia...






Este que levou a insuficiência, os paradigmas e nossas prioridades. Esse vento heim!







Nos cabelos dos outros, no olhar do outro, o vento







E este também leva, e leva, e leva... Que vento você é? œ†®¥¨?

sábado, 28 de fevereiro de 2009

Anomalias primeiras




S o b r e t u d o p r i m e i r a s.

Tenho visto muito reticente, um posicionamento corporal quase ilustrativo do momento em que vivemos na era tecnológica, a da internet. Penso neste posicionamento do corpo frente ao ambiente computador, como uma sobreposição inconsciente da imagem que gostaríamos de ter. Te-la seria realmente fascinante. Corpo “perfeito”, grandes seios, pés pequenos, virilha sem pêlos, unhas nunca encravadas, suor imperceptível nas axilas, costas largas, cintura fina, pescoço longo, braços leves, pálpebras firmes, voz retumbante, olhar feroz, mãos velozes e graciosas, nariz pequeno claro, cabelos sedosos e virtuosos, andar elegante, alongamento, resistência, genital enorme (eu acho... é uma dúvida) enfim, praticamente uma caminhonete, um ovovivíparo ou um boi prestes a ser abatido. Leia-se morto, separado em partes e logo comido em casa para aqueles que se esqueceram de onde vem as carnes do almoço.
Nesta aventura para ser aceito como indivíduo não o sendo, é interessante perceber que se trata de uma experiência de distância, de olhos fechados, de fantasias e isto sim acredito ser uma possibilidade de pleno desenvolvimento para qualquer um, menino, pequena menina, jovem, da Eritréia ou de Suazilândia. (Duas nações Africanas).

Não tenho aversão a internet, computadores ou equipamentos tecnológicos e sim ao jeito que escolhemos nos relacionar com tudo isto na vida.

Gosto muito de pensar numa hipótese em que vemos o corpo das pessoas daqui a uns 250 anos, para alguns importantes cientistas o corpo não estará mais em pé, poderá mudar de posição com apenas o movimento de um dedo e o mais interessante poderá trocar de formato ou forma física com incentivo de enzimas e células sintéticas em alguns minutos, a miologia ficará louca...

Não precisamos olhar 2.190.000 horas a frente para ver o corpo que não está mais em pé...

P r i m e i r a s.

Engraçado, um dia destes quando estava numa boa conversa, lembramos de pequenas coisas que fazíamos todo dia pra encontrar o outro. Sabe aqueles cadernos de perguntas e respostas em que a gente tinha uma página para cada pergunta e todo mundo respondia coisas que pensava ou gostava? Sempre uma boa chance para contar sua cor, filme e amigo preferidos, especialmente aquela pessoa que você gostaria de beijar ou namorar (o ficar de hoje...) .

Imaginei estes caderninhos como um protótipo do msn, orkut e todas as redes sociais que hoje fazem nosso dia-a-dia intensos. Talvez possamos andar e ver alguém, o que acha?

A n o m a l i a s p r i m e i r a s.